5.26.2008

5 de Junho, Lisboa, Conversas sobre Poliamor


5. Junho 2008, 20.30 Lisboa, na Cooperativa Cultural Crew Hassan.

Nao interessa se tens uma relação, nenhuma ou muitas. Este encontro vai ser uma troca de ideias sobre:

Poliamor, Não monogamia responsável, Relações não monogamicas, Relações múltiplas, Crítica á monogamia, Cultura galdéria, e muito mais ...


Orga: Poly-Portugal e Panteras Rosa
Informações: antidote@imensis.net

5.25.2008

filmes à letra: ciclo de cinema LGBT

"filmes à letra": ciclo de cinema LGBT no Porto, no Maria vai com as Outras...

http://www.ilga-portugal.pt/noticias/agenda20080513.htm
http://maria-vai-com-as-outras.blogspot.com/2008/05/filmes-letra-ciclo-de-cinema-lgbt.html

Small talk, "em que é que trabalhas?"


Já andava para mandar umas bocas acerca da coisa há uns tempos, mas o facto deste blog ter resvalado para tema único "poliamor" fez-me parar, até por medo das vozes reaccionárias que dissessem que "poliamorosos, promiscuos, prostitutas vai tudo dar ao mesmo". Mas entretanto nao me apetece escrever somente sobre poliamor. Ou melhor, o facto de me apetecer escrever quase sempre sobre poliamor faz-me querer escrever acerca de liberdade, nao conformidade e exercício rabugento de contestacao das fronteiras que a sociedade nos impoe, ás vezes mais por hábito do que por coerência moral.

Este nao vai ser um artigo coerente, em que as ideias estao estruturalmente encadeadas umas nas outras, mas escrevo de modo espontâneo, e quem quiser que me ature.

De algum modo, ao escrever sobre poliamor e ao viver poliamor, fui ganhando cada vez mais consciência de todas as merdas que nos condicionam, os tais regulamentos que a sociedade nos impoe, e que nós seguimos sem saber porque. Porque é que há coisas que sao erradas, porque é que há liberdades que sao mais ok do que outras, liberdades que sao mais teóricas ou mais concretas que outras, e outras que sao mais possíveis que outras?

Descobri, dentro dessa categoria, a minha simpatia pelas pessoas so called "trabalhadore/as na industria do sexo". Isso, sem saber nada da coisa, sem haver um motivo pessoal, nada. Simplesmente achando que levam com uma reprovacao em cima sem limites, e em segundo lugar por haver sempre um exército de psicólogos, polícias, padres, agentes sociais diversos dispostos a explicar "como é que eles/elas sao e porque" sem nunca lhes atribuirem uma voz e sempre dispostos a tratá-los de acordo com essa descricao. Um pouco como "as pessoas poliamorosas sao-no porque blá blá blá tem medo do compromisso blá blá", ou "as pessoas oriúndas de certos paises sao assim e assado blá blá blá".

Estive numa festa recentemente. a conversa era secante como em qualquer festa antes de haver o clique mágico que ninguem controla e que abre as comportas que tornam as conversas interessantes. Alguém perguntou por desfastio a alguém em que é que ela trabalhava. E ela respondeu, "sou domina", e de tal modo foi a resposta, cheia de naturalidade e autoconfianca que nao houve réplicas nem comentários nem tosses repentinas.

O lembrete e encorajamento para escrever sobre isto, agradeco ao blog
sexualidade feminina que até está na lista de links permanentes deste blog, através do artigo letters from working girls.. A imagem é um paddle da maravilhosa marca Coco de Mer.
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5.22.2008

fuckgender III


Fracturing Discrimination - Lisbon, LGBT Pride March Manifesto, 2008

Para divulgacao intensiva, fica aqui o Manifesto da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa, 2008.

More infos under: http://www.marchalgbt2008.blogspot.com/



Fracturing Discrimination

Lisbon, LGBT (lesbian, gay, bisexual, transgender) Pride March Manifesto, 2008

Lesbian, gay, bisexual and transgender (lgbt) pride exists in contrast to the shame that prejudice and discrimination tries to impose on us. We are proud because even amid so much insult, we are able to find pride in our identity and go against the closets of silence, fear and invisibility. Because the street sets the stage for all struggles and celebrations of diversity and visibility of our love, we want to show that in no way do sexual orientation and gender identity diminish who we are nor make us better than anyone else.

We are proudly accompanied today by people who are worried about human rights and who are fighting against sexist, homophobic, transphobic, racist and xenophobic discrimination which compromises the quality of our democracy.

The right to full citizenship, independent of sexual orientation and gender identity is not a "fracturing question" but rather "fracturing" is the existing discrimination in our laws and society that make lesbian, gay, bisexual and transgendered people second class citizens by default.

We want a society that equally honours and recognises the diversity of family models by law, because family is a free choice of individuals; a space for affection and lives to be lived in common, the state should not privilege any one family model to the determent of others. Therefore we demand that the constitution be upheld and honoured with regards to article 13 and so that civil marriage can stop being an exclusive privilege for "people of the opposite sex". That the possibility of adoption and be extended to all people and couples meeting the necessary conditions to be able to care for children. That artificial insemination be a possibility to all women who want it, regardless of their sexual orientation and whether or not they are in a relationship, because our families already exist and nothing justifies their lack of legal recognition.

"Fracturing" is therefore the current discrimination in the law that refuses equal recognition of relationships and family planning of lesbian, gay, bisexual and transgendered people.

We demand that legislative measures be taken to efficiently fight inequality of gender that persists and seems to be getting worse in our country. We demand women be granted full access to equality at work and in public space. We demand gender violence and discrimination be eradicated once and for all. We also demand gender identity be contemplated to the Principals of Constitutional Equality and legal measures be taken to recognise transsexual and transgendered self-determination in order to facilitate name and gender changes of national identity status and documents and speed up the medical physical adaptation process. "Fracturing" is the current legal void that obliges transgendered people to endure a long medical and judicial process, perpetuating discrepancies between physical appearance and legal documentation, opening the way to various types of discrimination in areas such as access to education, work and health.

Let us not forget that the state has particular responsibilities in the perpetuation of discrimination such as: through the Portuguese Institute of Blood refusing donations by men who have had sex with other men; allowing for prejudice to override whatever objective criteria and going as far as putting at risk all and every person needing a blood transfusion by compromising the adequate quality of blood collection.

It is fundamental to bet on effective prevention of biased influence by way of policies which promote equality of gender and combat discrimination and violence in all its forms. It is therefore imperative that State agencies and sectors such as health, education justice and security receive adequate and specific training so as we may have a more plural and secular society that knows how to live with diversity and how to combat fractures generated by discrimination.

We all and youth in particular have the right to inclusive and realistic education. Education where sexual education is supported by knowledge and scientific fact, education based on a non-heterosexist mould that deals with sexual orientation and gender identity, allowing for the prevention of discrimination to which we are subjected to in our everyday public and private lives.

We are people of varied origins, convictions; in possession of different knowledge and life experience. Today we are gathered on the street with heads held high knowing that the future depends on that we know to make of it.

5.21.2008

a geracao p0rn0

Outra vez o Arte a tirar tempo a outras actividades...

Quantos de nós já viram pornografia e porque? quantos jovens? e como é que isso influencia as nossas vidas, a nossa relacao com o sexo, a emotividade, a expressao de ambas?
Existe uma cultura do sexo, influenciada pelos média e também pela pornografia?

27 Maio 2008, 22:25 (hora central europeia, Portugal uma hora mais cedo), retransmissao dia 1 de Junho ás 22.25 (hora central europeia, Portugal uma hora mais cedo).

(mais uma vez obrigada á J por ter deixado o programa do Arte em bolandas e ao alcance da minha mao)

http://www.arte.tv/fr/semaine/244,broadcastingNum=887085,day=4,week=22,year=2008.html
http://www.arte.tv/de/woche/244,broadcastingNum=887085,day=4,week=22,year=2008.html

5.17.2008

FKK - Frei Klitoris Kartel













Estas fotografias foram tiradas com o telemóvel num passeio casual ao centro duma cidade alema.
Pelos vistos, a publicidade sexista a lingerie que andava a gerar, em muita gente e há bastante tempo, impulsos reprimidos de a vandalisar, irritou de maneira prática personagens de mentalidade mais intervencionista que obviamente resolveu passar das tais vontades reprimidas e inúteis aos actos. Está aqui documentado fotograficamente um acto iconoclasta contra outdoors publicitários óbvios, aborrecidos, pouco criativos e, sim, sexistas. O acto é assinado pelo grupo auto-intitulado FKK, Frei Klitoris Kartel (traducao desnecessária), e porque é que tal acto é interessante também dispensa explicacoes.
Confesso nunca ter ouvido falar desde grupo, mas ha que lhes tirar o chapéu.
Mais. Mais do mesmo. Vá!











































































5.14.2008

Stereo Total, "l' amour a trois", parte 3

Stereo Total, LÁmour a Trois

Aqui já colocámos a letra e o video oficial.

E agora, senhoras e senhores, a versão alternativa do video:




É bom saber que há mais fãs desta canção que glorifica o amor a três! Ainda por cima fãs talentosos e giros.


Divirtam-se! :-)

Orgulhosamente sós. Solteiros: um perigo para a sociedade?


Sao os solteiros um perigo para a sociedade? A frase nao é minha, é apenas a traducao directa da versao alema do programa que se destina a dicutir o papel dos solteirros nas sociedades europeias actuais. Os solteiros sao 1/3 da sociedade, a nivel europeu. Cidades alemas chegam a apresentar percentagens acima dos 50%. Já a versao francesa do programa prefere implicar que a sociedade dos solteiros é equivalente a uma sociedade de egos.

A minha primeira pergunta. Nao haverá aqui vestigios, ou mesmo pegadas de dimensoes lupinas, de mononormatividade? Já se discutiu aqui que ser solteiro ou mais especificamente, nao ter, por escolha ou nao, uma relacao, é tambem uma escolha válida de um individuo completo. Ou nao?
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Note for self: Eremitas eram bem vistos em tempos mais antigos. Agora pelos vistos nao.

Amanha, no Arte:

http://www.arte.tv/de/geschichte-gesellschaft/1982870.html
http://www.arte.tv/fr/histoire-societe/paris-berlin/1982870.html

(a imagem é a carta "Eremita" do tarot do H.R. Giger +)

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5.09.2008

I've Got Five Moms And Three Dads


Continuando a série de músicas poly ou polypertinentes..

Tom Hunter, "I've Got Five Moms And Three Dads",
http://www.peteralsop.com/EbenezersMakeOver.htm#FiveMoms

We all live in a big old house
8 adults, 6 kids and one pet mouse
2 dogs, 3 cats and a parakeet
We got a great big garden and we never eat meat
My room’s upstairs and down the hall
It’s the one with the crayons all over the wall
3 other kids share the room with me
We’re just one big crazy family
And I’ve got 5 moms and 3 dads
It may sound strange, but it ain’t so bad
When you get tired of one, you can go find another
It’s a whole lot better than one dad and mother.

It’s not as confusing as it might be
At least I know which mom and dad had me
But some of the adults wonder if it’s okay
To go on raising their kids this way
I keep saying everything’s just fine
‘Cause mostly we have a pretty good time
It’s hard to explain just what you missed
If you’ve never had a home like this
Where I’ve got (Chorus)

I suppose some day when I’m all grown up
They’ll take a survey to see if I’m screwed up
Asking all of us hippie kids
What we think of what our parents did
I’ll have to ask which parents they mean
I’ve got a whole lot more than most kids I’ve seen
And if we haven’t solved all the problems yet
At least we’ve come up with a whole new set!
‘Cause I’ve got (Chorus)

So come on by and visit us
We’re the house with the black VW bus
There’s a swing out front and a beat up car
And a beer sign from some western bar
Sunday is our potluck night
Whatever you can bring, it’ll be alright
There’ll be games and songs and food and jokes
I’ll introduce you to all my folks,
I’ve got (Chorus)


Written by Tom Hunter, ©1982, Long Sleeve Records.

5.05.2008

Familia e Sexualidade, um outro olhar

Amanha, em Beja. No Auditório da Escola Superior Agrária.

Intervenções de:
> Paulo Côrte-Real - ILGA-Portugal
> Sara Martinho - ILGA-Portugal
Moderador: Victor Figueira (docente da disciplina de Sociologia da Família)


mais informacao:
http://www.ilga-portugal.pt/pdfs/beja.pdf

O conceito tradicional de familia é discutido. Ainda dentro de uma perspectiva monogamica e dentro do casal como referencia, mas "qualquer grande viagem comeca sempre com o primeiro passo".

Claro que um dos scope principais é o alargamento do conceito de família para além dos generos tradicionais. Mas obviamente que cabem aqui muito mais argumentos do que só esses, e que podem ir numa direccao pertinente dentro duma perspectiva poliamorosa. Por exemplo, a questao de a sexualidade ter ou nao de ser parte integrante do que se define como relacao. Ou se a sexualidade tem de ser parte duma relacao emocional completa. e desse ponto de partida, se o fullfilment emocional e/ou sexual deve ser encontrado somente numa pessoa. Ou seja, todo o reinventar da familia como alguns de nós, poliamorosos, o veem e desejam.

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5.03.2008

Férias em Vale de Galdérias: Um campo de férias para galdérias




Algures na Alemanha, um grupo de galdérias conspira um encontro estival, para descanco e gáudio das co-galdérias participantes, para que estas possam trocar ideias, aprender, ajudar-se, conspirar por um mundo melhor e mais sinceramente descarado, conhecer outras galdérias com modo de vida semelhantemente desbragado (ou surpreendentemente diferente), ou simplesmente passar férias no meio da floresta.
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"Schlampolygarchutopische Ferien in Schlampenau" ou em português, "Férias em Vale de Galdérias"...
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Será de 26.7 a 2.8 de 2008, em Maulkuppe bei Poppenhausen e é já a segunda edicao. O ano passado foi um sucesso e por isso a organisacao decidiu tornar o evento itinerante, para levar a galderice e a vadiagem a todos os recantos escuros e tristes onde ela ainda é desconhecida.


Mais informacao em:



(ver "Events", "FerienLager für Unnatürliche Damen 2008", e consultar o flyer) ou escrever para um dos mails indicados nessa rubrica)

É aberto a todas as galdérias que assim se definam, incluindo tanto o género como o modo de vida. Ou seja, todas as galdérias que se reconhecam como tal, independentemente do estado "civil" (uma relacao, muitas ou nenhuma) ou do género biológico.




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5.02.2008

Lesbicas ou nativas de Lesbos? ou nativas de Lesbos X lésbicas?


Nao é primeiro de Abril.


Campanha de nativos da ilha de Lesbos para contestar o uso da palavra "lésbica".
Parece que viola um direito qualquer á liberdade de expressao, ou que incomoda algumas pessoas.

http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7376919.stm

Faz algum sentido disputar o sentido que as palavras tomam? Ha algum controlo na maneira como uma língua evolui? Mesmo quando as palavras tomam sentidos diferentes ou contraditorios com o original? Sinceramente acho que isto tem todo o ar de doenca do mundo moderno, a mania do controle.

Deixem-me brincar com outras possibilidades... Lisboa nao se pode mais chamar Lisboa porque o nome alegadamente vem de Ulisses... Será que posso comer uma francesinha (vegetariana)? ou encomendar uma bola de Berlim? e ter amigos de Peniche? Vou acrescentando aqui á medida que me for lembrando...
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