4.29.2010

Tertúlia: “Homossexualidade, Promiscuidade e Poliamor”

Tertúlia/Debate: “Homossexualidade, Promiscuidade e Poliamor”.

O Núcleo LGBT da Amnistia Internacional convida-te a participares na discussão em torno destas temáticas. Os homossexuais são mais promíscuos que os heterossexuais? Fazem mais sexo? São menos atreitos a relações estáveis? Estão mais disponíveis para relações abertas ou poliamorosas? E, afinal, o que é isso do Poliamor? É uma orientação sexual? Todos os poliamorosos são homossexuais? Poliamor significa o mesmo que poligamia? Estas e outras questões igualmente interessantes serão abordadas neste encontro, no qual contaremos com a presença de um elemento do colectivo Poly Portugal, que nos irá, certamente, esclarecer todas as dúvidas que tenhamos sobre esta forma de encarar as relações sentimentais. Aparece!!

Organização: Núcleo LGBT da Amnistia Internacional.

Data: Sábado, 1 de Maio de 2010, pelas 15h.

Local: Sede da Amnistia Internacional: Av. Infante Santo, nº. 42, 2º. Andar. Lisboa – Alcântara. (Autocarros 720 e 738; o 15, 28, 732 também param perto, na Av. 24 de Julho, cumprindo, apenas, que se suba aInfante Santo; Comboios: estações de Alcântara-Mar e Alcântara-Terra).

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4.26.2010

Adele Schopenhauer

Mais um livro saiu, acerca de uma personagem histórica que se aproximou do poliamor precisar do nome para nada.

Desta vez trata-se de Adele Schopenhauer, irmã do famoso filosofo e do seu encontro com a Sybille Mertens. Estamos a falar de pleno século XVIII. Ambas mulheres independentes, envolvidas nos primeiros movimentos pelos direitos das mulheres e promotoras de encontros e tertúlias. Como habitual no tempo e na classe, casada com um homem que não escolheu. O facto de uma mulher ter uma amante não podia ser considerado motivo de divórcio, e por isso, a situação acabou por ser não só aceite como a própria relação ser cautelosamente cuidada por ambos..

"Cada amizade, assim como cada amor, acaba por se tornar uma espécie de casamento em que 'di tempo a tempo' se enfia a carapuça moral" chegou ele a dizer. O livro ilustra mais histórias com outras mulheres, quase todas ilustres, para apimentar a vossa curiosidade de voyeurs literários. Algumas das pessoas mencionadas e assim "outed" são a filha mais nova de Goethe, ou Anna Jameson...

O livro saiu em alemão e é pouco provável que venha a ser traduzido, mas penso que é possível reconstituir a maioria da informação com alguma investigação.

Angela Steidele: "Geschiste einer Liebe: Adele Schopenhauer und Sybille Mertens", Insel Verlag.

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4.19.2010

Porquê Fourrier?

Charles Fourier é muitas vezes citado como o primeiro autor a falar de poliamor de modo estruturado. é classificado como um socialista utópico, escreve do ponto de vista de um sociólogo radical, e os seus escritos, da primeira metade do século 19, filtrados de muita coisa que já não é actual, são pioneiros em temas como o papel da mulher, do amor, da sexualidade e do trabalho.

A obra "Le Nouveau Monde" trata, e passo a citar, da "mais bela das paixões", do sentimento mais poderoso entre todos, e que não se justifica senão por si mesmo. "Todos têem razão no amor, pois é a paixão da insensatez".


Ao discutir o papel da mulher, como individuo e não como a outra metade dum casal, Fourier ventilou ideias como a de que o casamento tradicional viola automaticamente os direitos das mulheres enquanto direitos humanos. como outros socialistas utópicos, dissertou sobre o aparecimento de uma nova melhorada moral que pudesse substituir as relações - minadas e repressoras - de uma sociedade que se tornou caduca e não adequada para indivíduos livres e emancipados.

Toda a sua obra fala da felicidade, de uma maneira ou outra, e neste livro vários capítulos são dedicados ao amor e ás relações amorosas, à fidelidade, ao livre arbítrio amoroso nos seus vários aspectos, e a desconstrução das relações como elas se encontram estruturadas na sociedade "actual".

Interessante é mencionar também como a homossexualidade, o sexo ocasional ou a escolha sexual consciente do SM são por ele vistas como apenas mais uma das escolhas emocionais possíveis.

"Physical love, which is called brutish, animal, etc. is degraded by civilized legislation and morality as an obstacle to the conjugal system". Fourrier, por seu turno, escreveu capítulos inteiros acerca dele. "the physical impulses, far from being fettered, will be fully satisfied . . . "

Para terminar, uma nota nada lateral: este livro foi publicado em 1967, muito mais de um século depois de ter sido escrito.

Para quem quiser ler, de borla:
http://classiques.uqac.ca/classiques/fourier_charles/nouveau_monde_amoureux/nouveau_monde_amoureux.html
http://classiques.uqac.ca/classiques/fourier_charles/nouveau_monde_amoureux/fourier_nouveau_monde_amoureux.pdf

ou na amazon Charles Fourier.

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